Cerca de 30% das empresas do setor de alimentação fora do lar operaram em prejuízo ao menos até o terceiro trimestre de 2017, segundo dados da Abrasel. Assim, para reagir diante da crise econômica há diversificação de estratégias. Além de aproveitar datas como a Copa do Mundo, reduzir cardápio, segurar preços, muitos adotaram parcerias com sites e o serviço de delivery para ampliar as vendas.
Pesquisa da Abrasel mostra que a estratégia do delivery está presente em 46% das empresas e 44% delas adotaram o serviço há menos de dois anos no País. Apenas 29% dos estabelecimentos trabalham com pedidos feitos exclusivamente por meio do telefone, uma mostra do crescimento das ferramentas digitais.
O diretor de Desenvolvimento da Abrasel, Lucas Pêgo, explica que o canal de vendas é como uma nova praça e cresce tanto o uso de plataformas próprias como em conjunto com outros restaurantes. Porém, mesmo diante das mudanças, ainda é preciso atenção na administração do negócio, pois o setor é carente de formação em gestão.
Sócio-administrador do Moony Restaurante, Fernando Pacheco Donato, conta que a empresa vê melhorias lentas no setor e teve de se adaptar. Com quatro anos de mercado, cortou gastos, demitiu, mudou cardápio e resultados vieram. Agora, voltaram a contratar, investem em delivery próprio além de já estarem em aplicativo e se preparem para a Copa. “Antes não tinha aplicativos para fazer pedido e as pessoas passaram a ver vantagem em pedir em casa.”
Também adotou serviços como o ChefsClub para divulgar o espaço e aproveitar os horários de menor movimento com promoções divulgadas por lá. “Quando as pessoas saem menos para comer fora de casa, os restaurantes precisam de alternativas para ter número de clientes”, defende o cofundador do ChefsClub, Pedro de Conti, sobre o uso da ferramenta para evitar ociosidade. “Quando a gente cria rede de 3 mil restaurante, trazemos ganhos que o efeito de rede traz”, reforça.